quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Uma carta...

Sabes, eu também tenho fome, também sou uma pessoa, porquê me olhas com desdém e nojo? Qual é a razão de fugires de mim? Eu nasci de um ventre tal como tu, como me podes julgar sem saber a minha história? Outrora eu tive uma família, mulher e filhos, mas até ele me abandonaram e deixaram na miséria quando perdi o meu trabalho.
Eu tentei arranjar emprego, mas por uma razão ou outra não me aceitaram e fiquei sei dinheiro, sem dignidade, fiquei apenas com o meu eu, o meu eu abandonado e demente. A roupa que tenho é a que vês, tecto, não tenho, que saudades do quentinho de uma cama e do cheiro do comer acabado de fazer... Comer ? Como o mínimo, pois amanhã posso já não arranjar comer... É triste não ter que dinheiro, mas mais triste ainda é ver uma sociedade egoísta, e não altruísta, não peço que me dês comer, muito menos dinheiro, mas pelo menos, não me julgues, e POR FAVOR, trata-me como um ser humano, não como lixo...
                                                                  Ass: O Mendigo

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